Da Catalunha para o Mundo

Blog da Taíza Brito e do Gerard Sauret

Col•lectiu EMMA: o relógio continua a contar na Catalunha

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Novo editorial do Coletivo EMMA: "8 de Abril, Madri: um voto irrelevante"

Publicado originalmente pelo Collectiu Emma, em 23 de julho de 2014

A menos de quatro meses de 9 de novembro, a data marcada para o referendo sobre a independência na Catalunha, a tendência para uma solução negociada – a chamada “terceira via” – parece ter perdido a batalha.

Numa tentativa para assegurar um compromisso que conseguisse manter o Estado unido, representantes de influentes grupos de interesses da Catalunha, muitos deles com ligações económicas ao setor público espanhol, têm solicitado aos poderes de Madrid que proponham uma oferta de melhor acordo financeiro e de mais amplas medidas de autogoverno para os catalães. Respeitadas vozes internacionais também têm incitado a Espanha a uma mudança de atitude, mais de acordo com a linha de atuação seguida pelo Governo britânico em relação à Escócia – permitir um referendo na Catalunha e então promover uma forte campanha a favor do voto no “não”.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Col·lectiu Emma el 29 de juliol de 2014 per TaizaBrito

O Barça e a independência da Catalunha na BBC Brasil

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No mesmo dia que um dirigente do FC Barcelona encontrava-se no Brasil para avaliar a contratação do zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo (ver notícia aquí), a BBC Brasil publicou um interessante artigo sobre a potencial influência que o clube catalão pode exercer sobre a independência da Catalunha.

Assinado por Liana Aguiar, o artigo toma como ponto de partida um relatório de inteligência policial ao qual teve acesso a revista espanhola Interviú, o que já foi divulgado por este blog em um post anterior . Contudo, a BBC Brasil foi além. Cabe elogiar o trabalho de Liana Aguiar, que entrevistou por telefone ao secretário geral de Esporte da Catalunha, assim como a diversos especialistas na área.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Outros el 22 de juliol de 2014 per TaizaBrito

A Escócia e a Catalunha vão ser independentes?

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No site de notícias português Observador, o “vídeo do dia” de hoje é o programa Conversas à Quinta”, com José Manuel Fernandes, Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto, que esta semana abordou os nacionalismos na Europa, a pretexto dos referendos independentistas na Escócia e Catalunha. Veja neste link a versão completa da tertúlia (45m), que ofereceu uma interessante perspectiva histórica dos processos soberanistas em curso nessas nações européias, analisando desde a época dos respectivos impérios britânico e espanhol.

Também está disponível a versão resumida do programa neste outro link.

 

Aquesta entrada s'ha publicat en Outros el 18 de juliol de 2014 per TaizaBrito

Catalunha aprova lei para desenvolver a sua autonomia em relação a Espanha

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LaInfo.es (pt)

Publicado originalmente em 16/07/14 (traduzido da versão inglesa e corrigido pelo Blog Da Catalunha para o Mundo).

A região da Catalunha, no nordeste da Espanha, iniciou um processo para respaldar o referendo sobre a soberania, com a aprovação de uma lei de consultas que o governo catalão de Artur Mas tem tramitado nesta quarta-feira.

Os nacionalistas catalães tem previsto para 9 de novembro consultar os cidadãos para decidir se a Catalunha pode ser um estado fora de Espanha.

O projeto apresentado na Catalunha é a “Lei de consultas e participação cidadã“, uma norma que se aplicaria apenas a questões sobre as quais o governo da Catalunha tem jurisdição, em conformidade com o seu “estatuto” que desenvolve a autonomia desta região da Espanha.

A lei foi aprovada na Comissão de Assuntos Institucionais do Parlamento catalão e depois de passar pelo Conselho de Garantias estatutárias, será votada no final de setembro.

O Governo do PP (centro-direita) e o primeiro partido da oposição, o PSOE (socialista) rejeitam este ponto de vista, alegando que é ilegal, porque a Constituição não o prevê.

As discussões até agora têm mantido os políticos ocupados, mas entraram no debate profissionais acadêmicos através de manifestos e plataformas, onde transitam personalidades como o Prêmio Nobel Mario Vargas Llosa e o juiz Baltasar Garzón. Ante a Câmara dos Deputados foi apresentado o manifestoLivres e Iguais” contra a opção de que os catalães possam se separar da Espanha e em defesa da Constituição, assinado Vargas Llosa,entre outros escritores e historiadores.

 

Aquesta entrada s'ha publicat en LaInfo.es(pt) el 17 de juliol de 2014 per TaizaBrito

Rajoy e mas vão discutir “problema” da Catalunha

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Diário de Notícias

Publicado originalmente em 12/07/14

 O primeiro-ministro espanhol e o presidente da região da Catalunha chegaram a acordo numa coisa: na necessidade de se reunirem para discutir a intenção de Artur Mas de realizar um referendo sobre a independência. Mas Rajoy já avisou que todos sabem o que pensa do assunto.

Foi na sequência de uma carta de Artur Mas para Mariano Rajoy, enviada por mail, que surgiu este encontro. O primeiro-ministro espanhol respondeu ontem de manhã ao presidente da região da Catalunha com um telefonema, em que ambos acertaram a necessidade de dialogar sobre aquilo que os separa: a intenção de Mas de realizar um referendo acerca da independência da região.

Já hoje, Mariano Rajoy admitiu que esta questão é um problema.

Aquesta entrada s'ha publicat en Diário de Notícias el 13 de juliol de 2014 per TaizaBrito

+VILAWEB: 10 anos de blogs em língua catalã

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A existência de meios de comunicação em catalão, tanto convencionais como na internet, é fundamental para a sobrevivência e projeção dessa língua no mundo moderno, permitindo-lhe resistir mais confortavelmente às pressões da globalização.

Uma das ferramentas que mais vêm ajudado neste processo são as redes sociais, que podem ser usadas por qualquer cidadão como meio de expressão e de comunicação. E espaços como os blogs propostos por Vilaweb, que neste ano celebram 10 anos de existência.

Vilaweb é um jornal 100% eletrônico, o primeiro na Catalunha e em catalão, que funciona de forma peculiar, pois tem todos seus conteúdos inteiramente disponíveis para os internautas. Para tanto, o jornal inverteu a lógica mercantilista e, em vez de restrições à leitura para os não-assinantes, passou a ofertar serviços extras para os assinantes. Dentre eles, o mais destacado é a abertura de até dois blogs no espaço +Vilaweb.

Aquesta entrada s'ha publicat en VilaWeb el 12 de juliol de 2014 per TaizaBrito

Catalunha: uma nação submersa na luta pela liberdade

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Desde que o processo soberanista começou a ganhar corpo na Catalunha, há quatro anos, venho acompanhando a divulgação de notícias sobre o tema por parte da mídia local, majoritariamente fincada em Barcelona.

Como jornalista, tenho a convicção de que além de trabalhar pela ampla e plural cobertura dos passos dados até agora, quando a população aguarda o 9 de novembro para votar se quer se separar da Espanha, os defensores da emancipação política devem também se preocupar em propagar o que está acontecendo na Catalunha para além de suas fronteiras.

Faço essa observação desde o Brasil, de onde escrevo textos para o blog Da Catalunha para o Mundo, ancorado na página do jornal digital Vilaweb, sediado em Barcelona.  A idéia de criar o blog surgiu do propósito de divulgar notícias em língua portuguesa sobre o processo soberanista catalão, visando a contribuir para que mais gente no mundo afora saiba o que está acontecendo atualmente.

Digo isso porque pouca gente fora da Espanha conhece a história da Catalunha, muito menos dispõe de informações sobre a luta pela independência. Há quem nem saiba que se fala outra língua no país além do castelhano. Informação que frequentemente causa surpresa aos brasileiros que viajam a Barcelona.

Isso aconteceu comigo quando, há 12 anos, coloquei os pés em Barcelona pela primeira vez, numa viagem de férias. Ao caminhar pelas ruas, tentando decifrar as placas informativas ou entender o que estava escrito nos folhetos de divulgação turística, não conseguia identificar qual era aquela língua.

Jornalista desinformada? Apenas mais uma entre os milhões de pessoas que vivem nas Américas e recebem informações da propaganda oficial da Espanha, a quem não interessa que se destaque que no país falam-se outras línguas e o porquê disso. Muito menos que a configuração atual do Estado espanhol tem apenas 300 anos e foi traçada a custa de batalhas sangrentas, especialmente na Catalunha.

Assim, causa surpresa quando um turista latino-americano chega a Barcelona e dá de cara com a língua catalã. Mais ainda quando se descobre que esta região tão conhecida mundo afora pela grandiosidade da arquitetura e a badalação em torno dos chefs de cozinha, só para citar duas características, é uma nação submersa que quer se separar da Espanha.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Outros el 9 de juliol de 2014 per TaizaBrito

Embaixador dos EUA desdramatiza eventual independência catalã

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RTP Notícias

Publicado originalmente em 01/07/14

O embaixador norte-americano em Espanha, James Costos, emitiu hoje declarações que poderão ainda dar que falar e não necessariamente com agrado do Governo de Madrid. Segundo o diplomata, os empresários norte-americanos deverão preparar-se com naturalidade para diversos cenários futuros, incluindo o de uma independência da Catalunha.

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Aquesta entrada s'ha publicat en RTP Notícias el 2 de juliol de 2014 per TaizaBrito

Enquanto Felipe VI visita Catalunha, parlamento da região aprova consulta popular sobre monarquia ou república

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Com informações da PINN – Portugesse Independent News Network e do jornal PÚBLICO (porRita Siza), publicadas ambas em 26/06/14.

 

Um dia antes do rei Felipe VI visitar a Catalunha, nesta quinta-feira, 26 de junho, o parlamento daquela comunidade autônoma aprovou a convocação de um referendo consultivo sobre o modelo de Estado, para que a população possa se manifestar se prefere a monarquia ou a república. O projeto recebeu votos favoráveis dos partidos ICV-EUiA, do ERC e da CUP.

 

Na votação, foram registradas 74 abstenções dos deputados da CiU, PSC e C’s. Com isso, foram necessários apenas 33 votos para que a iniciativa recebesse luz verde. Os 18 membros do Partido Popular catalão recusaram a proposta. O documento que foi a votação critica a celeridade com que se proclamou o novo rei e questiona a sua legitimidade.

 

Ao mesmo tempo, nas ruas de Barcelona e Girona, houve manifestações contra a visita do rei, num protesto convocado sob o lema “Não ao pacto, não ao rei, o povo catalão é que decide”, numa referência ao direito de decidir sobre a independência da Catalunha, que será votado no referendo que já está previsto para o próximo dia 9 de novembro.

 

Na Catalunha, onde fez sua primeira visita após assumir o trono espanhol, Felipe VI, aproveitou o discurso na entrega dos prêmios anuais distribuídos pela Fundação Príncipe de Girona. O novo rei disse quer tornar a coroa mais presente na região e também exercer o seu poder de influência para tentar encontrar uma solução para a crise política aberta pelas movimentações nacionalistas.

 

Há quem veja nessa movimentação do monarca uma forma de influenciar a população da Catalunha a abrir mão do processo soberanista em curso, no qual está em jogo a separação da região do território espanhol. Talvez por isso, ele tenha escolhido a Catalunha como primeiro local a visitar depois da coroação, semana passada.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Público el 27 de juny de 2014 per TaizaBrito

Cursos de catalão para lusófonos se multiplicam na internet

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Que a independência da Catalunha implicará na projeção internacional da língua catalã, já foi anunciado há um bom tempo pelo escritor Mathew Tree neste vídeo, que pode ser visto no site do projeto Amb Independència (em português: Com Independência). Hoje, a menos de 5 meses do referendo previsto para 9 de novembro (9-N), este prognóstico começa a tornar-se cada vez mais evidente, com pequenas, mas significativas iniciativas. Atualmente, pode-se detectar na internet um aumento na oferta de cursos de catalão, presenciais ou a distância, destinados ao público de fala portuguesa.

 

Na cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil (Estado do Rio Grande do Sul), a escola privada ABC Idiomas, que trabalha com o ensino de oito línguas estrangeiras, iniciou um novo projeto chamado ABC Hispânia, destinado ao ensino do catalão e do basco. Curiosamente, na propaganda institucional vê-se claramente a estelada (bandeira que simboliza a independência da Catalunha)  e a Ikurriña (bandeira oficial basca) para identificar os respectivos idiomas. Confira, por exemplo, a página em que a língua catalã é apresentada.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Outros el 26 de juny de 2014 per TaizaBrito

Presidente catalão admitiu não haver maioria a favor da independência?

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Será mesmo que o presidente da Catalunha admitiu não haver maioria a favor da independência? Ou foi uma pequena escorregada na linguagem numa entrevista ao vivo e em inglês com a experiente jornalista da CNN Christiane Amanpour? A matéria, produzida em português por Pedro Cordeiro e divulgada pelo site EXPRESSO, parece ter sido baseada em informações do espanholista e conservador jornal ABC. Tal conjectura fundamenta-se na leitura de outra breve matéria da PINN (Portuguese Independent News Network), publicada também ontem, com uma manchete muito semelhante e cuja fonte é declaradamente o ABC:

ARTUR MAS ADMITE QUE MENOS DE METADE DOS CATALÃES APOIA A INDEPENDÊNCIA

Para diuscutir com maior embasamento a realidade demoscópica sobre a intenção de voto dos catalães, num eventual referendo pela independência da Catalunha, redireciona-se o leitor para um post anterior deste blog, que discutia precisamente as diversas interpretações acerca desses sempre polêmicos números.

Claro está que quando se afirma “não haver maioria a favor da independência” ou que “menos da metade dos catalães apoia a independência”, nessa conta podem estar incluídos os que não necessariamente são contra a independência. Isto é, os que não sabem ou não querem responder (indecisos) e os que não irão votar num eventual referendo: porque não podem ou não querem votar. Então, se considerarmos apenas os votos válidos, certamente sim que existe uma maioria democrática disposta a votar a favor da independência.

 

EXPRESSO

Publicado originalmente em 23/06/14

PEDRO CORDEIRO

PRESIDENTE CATALÃO ADMITE NÃO HAVER MAIORIA A FAVOR DA INDEPENDÊNCIA

Em entrevista à CNN, Artur Mas diz que só o referendo permite saber ao certo quantos catalães querem deixar de ser espanhóis.

O presidente do Governo catalão admite que não há na região uma maioria de cidadãos a favor da independência. Em entrevista recente à CNN, Artur Mas respondeu em inglês à veterana jornalista Christiane Amanpour. Quando esta lhe disse ter lido que nem metade dos catalães querem deixar de ser espanhóis, respondeu com um “isso é verdade…”. O líder nacionalista insistiu, porém, que só fazendo um referendo se saberá quantos estão de um lado e de outro da barricada. Além disso, disse, há uma “maioria ampla” a favor do referendo.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Expresso el 25 de juny de 2014 per TaizaBrito

As fronteiras invisíveis da Europa: a Catalunha

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Da mão do blog Xadrez Verbal, do historiador brasileiro Filipe Figueiredo, recolhemos sua análise sobre o movimento independentista catalão, na série “As fronteriras invisíveis da Europa”. Trata-se de mais uma mostra de como a agenda posta em 2014 continua chamando permanentemente a atenção da blogosfera em português.

 

Blog XADREZ VERBAL

Publicado originalmente em 16/06/14

Por Filipe Figueiredo

 

Numa breve retrospectiva histórica, a Catalunha era um condado carolíngio, na Alta Idade Média. Em 1162, a região entra em união dinástica com o Reino de Aragão; em um processo gradual, a Coroa de Aragão associa-se com a Coroa de Castela em 1469. Sob o reinado de Felipe II, em 1556 é formado o Reino de Espanha. Dessa data até os dias contemporâneos, sob diversas formas de governo e variados graus de autoritarismo, existe uma Espanha unificada; ou seja, a última vez em que a Catalunha existiu como estado independente de facto foi ainda na Idade Média.

Qual seria, então, a origem do nacionalismo catalão contemporâneo? No século XIX (chocante um movimento nacionalista no século XIX, não?) surge o movimento romântico catalão, que defende a identidade nacional catalã, baseado não apenas na questão territorial, mas também no idioma próprio (o catalão) e em aspectos culturais particulares da região.

O início de um movimento separatista organizado e institucionalizado na Catalunha se dá nos primeiros dias do século XX. Em 1914 é criada a Mancomunitat de Catalunya (Comunidade Catalã), que buscava concertar ações políticas nas quatro províncias espanholas historicamente catalãs. O movimento foi banido em 1925, durante a ditadura de Primo de Rivera. Em 1922 foi fundado o Estat Català (Estado Catalão), partido cujo objetivo explícito era preservar a unidade catalã durante a ditadura; o partido pioneiro existe até hoje, embora mais como símbolo político histórico, sem força política real.

Membros do Estat Català fundaram um novo partido, o Esquerra Republicana de Catalunya (Esquerda Republicana da Catalunha), principal partido da região durante a crise que antecedeu a Guerra Civil Espanhola, em 1936; por duas vezes, em 1931 e 1934, foi proclamada a República Catalana, sacramentando a autonomia da região.

A causa republicana e, consequentemente, as perspectivas de autonomia regional ou de separatismo, foram elemento importante durante o período da Guerra Civil. A maioria dos voluntários catalães lutou contra o regime de Franco. O principal líder catalão, Lluís Companys, Presidente da comunidade catalã (uma espécie de governador estadual), foi preso pelos alemães e entregue ao regime franquista, para ser fuzilado.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Blogs diversos el 23 de juny de 2014 per TaizaBrito

Líder catalão: independência é “questão europeia difícil de evitar”

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Mais uma notícia publicada na internet, em português, sobre as declarações do Presidente do governo da Catalunha, Artur Mas, durante encontro com jornalistas estrangeiros no início desta semana.

 

NOTÍCIAS AO MINUTO

Publicado originalmente em 16/06/14

 

O presidente do governo regional da Catalunha defende que a independência da Catalunha “é uma questão europeia que será difícil de evitar”, apesar de a reação automática da União Europeia ser a de tentar evitá-la.

“A nossa ‘teoria’, e esta teoria é válida quer para a Catalunha quer para a Escócia, é a de que se houver um referendo e a independência vencer, a Europa terá de encontrar maneira de aceitar esta nova realidade política, terá de usar de bom senso e o bom senso diz que o projeto europeu é um projeto assente no alargamento da União”, disse Artur Mas durante um encontro com jornalistas estrangeiros em Barcelona.

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Aquesta entrada s'ha publicat en Notícias ao Minuto el 21 de juny de 2014 per TaizaBrito

CATALUNHA PREFERE CEDER SOBERANIA A BRUXELAS DO QUE A MADRID

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JORNAL DE NOTÍCIAS

Publicado originalmente em 16/06/14

O ministro da Economia e do Conhecimento do governo regional da Catalunha defende que a região autónoma mais facilmente cederia soberania à União Europeia do que a Espanha, ilustrando o diferendo político que opõe Barcelona e Madrid.

“O que defendo é um forte federalismo europeu. Mesmo que soe como um paradoxo, estamos dispostos a ceder uma larga fatia de soberania à União Europeia. E se se vai ceder soberania a Bruxelas, porque não cedê-la a Madrid? Pode perguntar-se. Porque confiamos mais em Bruxelas que em Madrid, porque a Europa foi construída com base no respeito pela diferença”, afirmou Andreu Mas-Colell, de 70 anos, durante um encontro com jornalistas estrangeiros em Barcelona.

O governo regional da Catalunha está empenhado na realização em 09 de novembro de uma “consulta popular” não vinculativa sobre a existência de um Estado catalão e sobre a independência desse Estado, enfrentando a oposição determinada do governo central espanhol.

“Não me defino como independentista, defino-me como soberanista. Defendo que a Catalunha é uma entidade política que tem direito a determinar o seu destino qualquer que ele seja”, afirma o ministro.

Andreu Mas-Colell, economista, justifica o desejo de soberania da Catalunha com o que considera o espartilho financeiro e decisório cada vez mais apertado a que a região está a ser sujeita pela “política de recentralização” que está a ser aplicada pelo governo espanhol liderado pelo Partido Popular (PP).

“Uma Catalunha com governo próprio, formulo assim deliberadamente (sem referência a independência), na União Europeia seria mais bem gerida que a atual economia espanhola e teria oportunidades mais substanciais de crescimento que na atual situação”, afirma o responsável pela gestão econômica catalã.

“Não estou a dizer que Espanha tem uma incapacidade congénita de crescimento elevado, mas sim que o modelo centralizador da economia aplicado pelo PP é um peso sobre a economia espanhola e consequentemente sobre a economia da Catalunha”, adianta.

Com cerca de 7,5 milhões de habitantes a Catalunha representa 16% da população de Espanha, está na origem de cerca de 25% do total das exportações espanholas e gera cerca de 20% do PIB, situando-se em quarto lugar entre as regiões mais ricas de Espanha, depois do País Basco, Navarra e região de Madrid.

“Aceitamos que se temos um nível de rendimento superior a outras regiões de Espanha devemos contribuir generosamente. Damos muita solidariedade em termos de contribuição financeira, o que queremos é receber solidariedade de volta, na moeda do respeito e do governo próprio”.

E o ministro deixa a porta aberta à negociação com Madrid, mas sublinhando que a iniciativa teria de partir do governo central, que teria que garantir o respeito pelas diferenças da região.

A contribuição da Catalunha para o governo central está em cerca de 8% do PIB da região e Mas-Colell considera que uma percentagem razoável seria “talvez metade disso, algo mais em linha com os padrões europeus, mas isso seria uma das questões a negociar. Se a contribuição tivesse de ser mais alta em troca de outras coisas, pessoalmente penso que seria de considerar”, adianta.

O responsável pela pasta da economia aponta “várias queixas substanciais”, por exemplo em termos de infraestruturas, como a falta de autorização de Madrid para a construção de um ramal ferroviário de apenas seis quilómetros para ligação ao porto de Barcelona.

“As regiões autónomas podem fazer muito pouco sem pedir a permissão de Madrid. Eu não tenho virtualmente nenhum poder sobre a economia da Catalunha. O governo central produz grande quantidade de legislação que controla pormenores ínfimos do funcionamento das economias regionais. Não controlamos as infraestruturas, não controlamos a gestão da água, por exemplo”, diz ainda o ministro.

Mas Andreu Mas-Colell faz questão de afirmar que não tem “qualquer preocupação relativa ao impacto do diferendo sobre a independência na economia”.

O ministro considerou “um bom estudo, uma boa base de trabalho”, um relatório da Câmara de Comércio de Barcelona que conclui que uma hipotética independência da Catalunha resultaria numa redução de fluxos comerciais com o resto de Espanha que provocaria uma quebra de pelo menos 1,1% do PIB catalão num período entre três e cinco anos, havendo alguma probabilidade de a quebra atingir os 2,3%.

“Esta questão não depende de um crescimento ou de uma quebra de um por cento na economia. O movimento pela independência não começou nem é liderado pelo governo. Podemos dizer que o governo regional está a aproveitar a onda e a tentar canalizar a questão política, mas a raiz da questão está na sociedade”, afirma.

Aquesta entrada s'ha publicat en Sense categoria el 20 de juny de 2014 per TaizaBrito

Felipe VI: “um novo cenário” para a Catalunha?

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Reproduzimos aos nossos caros leitores, para conhecimento, notícia veiculada na internet e traduzida ao português pela PINN, originalmente publicada pelo conservador e espanholista jornal ABC (desculpem o incômodo).

A manchete da notícia destaca a expectativa de Artur Mas de que o novo monarca da Espanha, possa trazer “um novo cenário” para a Catalunha. Mesmo com as ressabiadas argumentações dos partidos independentistas, que desconfiam que não se pode esperar jogo limpo nem boa fé de qualquer proposta ou promessa que venha de Madri, o presidente da Catalunha participará hoje da cerimônia de coroação de Felipe VI, como política de boa vizinhança, apesar de que seu partido (CiU) absteve-se, na semana passada, na votação da Lei da Abdicação do anterior monarca Juan Carlos I.

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