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Blog da Taíza Brito e do Gerard Sauret

9 de novembro de 2014: “Quer que a Catalunha se torne um estado? Em caso afirmativo, quer que este estado seja independente?”

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Ara.Cat

Publicado originalmente em catalão em 12/12/2013

O presidente da Catalunha Mas propõe aos partidos ERC, ICV i CUP uma consulta com uma pergunta em duas seções. A fórmula permite escolher entre três opções: ‘statu quo’, tercera via ou independência. A consulta quer ser convocada no dia 9 de novembro de 2014

9 de novembro: “Quer que a Catalunha se torne um estado? Em caso afirmativo, quer que este estado seja independente?” Já tem data e já tem pergunta. É uma pergunta em “duas seções”, do jeito como foi definido pelo presidente da Generalitat (governo da Catalunha), Artur Mas, que esta manhã reuniu-se no Palau com as lideranças dos partidos ERC, ICV e a CUP, para selar um acordo sobre a consulta. O resultado é uma pergunta dupla que satisfaz os federalistas, mas também aqueles que reclamam que apareça a palavra “independência”.

Como se votará

“Quer que a Catalunha se torne um estado? Em caso afirmativo, quer que este estado seja independente?”. A idéia é que uma pergunta não seja excludente da outra. Como se votará? Em uma única cédula haverá as duas perguntas. Os que votem que a Catalunha seja um estado deverão posicionar-se depois sobre se este deve ser independente. Os que optem pelo “não” à primeira pergunta, já não deverão votar na segunda. Por tanto, somente os soberanistas decidirão se o novo estado deve ser ou não independente da Espanha.

A fórmula escolhida pelos partidos catalães para fazer a consulta permite aos cidadãos escolher entre três opções: a manutenção do ‘status quo’ atual, que é votar ‘não’ à primeira pergunta (“Quer que a Catalunha se torne um estado?); a melhora da situação atual de forma gradual até se tornar um estado dentro da Espanha, que consisitia em votar ‘sim’ à primeira e ‘não’ à segunda (“quer que a Catalunha seja um estado independente?”); e a independência propriamente, que é votar ‘sim’ à primeira e à segunda. Por tanto, na noite eleitoral haverá duas contagens.

A data definida para a consulta é o dia 9 de novembro de 2014, justamente o dia em que se cumprem 25 anos da queda do Muro de Berlim, que acabou com o bloco pró-soviêtico e a URSS.

Unidade entre as forças pelo direito a decidir

“Tem havido senso de país”, valorizou o presidente Mas numa entrevista coletiva no Palau de la Generalitat, em conjunto com a vicepresidenta Ortega e os políticos Turull (CiU), Espadaler (UDC), Junqueras (ERC), Herrera (ICV-EUiA), Fernàndez i Arrufat (CUP).

O presidente da Generalitat detalhou que o acordo tem sido rápido, foi atingido em apenas dois dias, e, ademais, “discreto”. E comemorou que a pergunta acordada “seja largamente majoritária e clara”. Neste sentido, frisou que teria gostado que o Partido Socialista Catalão (PSC) tambén tivesse formado parte do consenso, mas que isso se tornou impossível. Agora o reto é que o Estado aceite. “Vamos com a melhor mão estendida a Madrid”, apontou Mas, que retou o governo espanhol a negociar a consulta e permiti-la.

O presidente de ERC, Oriol Junqueras, sacramentou o acordo, embora admitiu que “não é a pergutna que ERC teria gostado”, porque “não queria que a pergunta fosse tão cumprida”, mas reconheceu que os republicanos não têm suficiente peso no Parlament para impor suas teses e que “é preciso chegar a consensos”. Contudo, frisou que esta fórmula inclui a pergunta explícita sobre a independência e que “permite que se visualize uma vitória clara do independentismo”.

O líder do partido eco-socialista ICV, Joan Herrera, celebrou que a pergunta acordada para a consulta permitirá “um sim majoritário esmagador”, que possibilitará “somar independentistas e federalistas”. Acrescentou que inclusive este enunciado poderá convencer os socialistas catalães que querem exercitar o direito de decidir. Herrera assegurou que seu partido votará a favor que a Catalunha seja um estado, mas que dará suporte ou não à independência de acordo com o “cenário” que se encontre sobre a mesa no dia 9 de novembro de 2014. Quer dizer, de se houver alguma oferta firme por parte de Madrid. “A bola agora está no telhado do Estado”, disse.

O presidente do conselho nacional do partido demo-cristão (UDC) e conselheiro de Interior, Ramon Espadaler, foi o encarregado de avaliar o acordo. “Tem se demonstrado que a inclusividade da pergunta não tinha de estar brigada com a claridade”, refletiu Espadaler, que expressou sua satisfação por ter chegado a um consenso. Perguntado sobre qual posição tomará UDC na consulta, Espadaler assegurou que a pergunta é “suficientemente larga” para dar cabimento à formula confederal dos demo-cristãos.

O diputado da CUP Quim Arrufat assegurou que sua formação, anticapitalista, aceita a pergunta binária “como acordo com o qual as principais forças sintam-se cômodas”. “É o máximo acordo ao que podemos chegar”, acrescentou, a pesar de ter apontado que se reservam o direito de consultar e ratificar a proposta com os membros do partido e da sociedade civil organizada que tem impulsado as massivas mobilizações independentistas. “Temos feito um exercício que deveremos explicar ao nosso povo”, reconheceu Arrufat, que crê que é preciso discernir se a formula eleita “é a pergunta que desencalha ou encalha o conflito democrático com o estado espanhol.

Reunião discreta

A cume iniciou às 11:30 horas em segredo. Uma foto do jornal digital  Nació Digital, de Junqueras dentro de um carro entrando no Palau disparou os alarmes. Mais tarde soube-se que na reunião também havia Turull, Herrera i os líderes da CUP Fernàndez i Arrufat.

Mas já se reuniu na terça no Palau com o sócio da sua federação de centro-direita (CIU), Josep Antoni Duran i Lleida numa reunião que avançou o jornal ARA. Segundo fontes conhecedoras do encontro, esta serviu para que pactassem uma “pergunta plural de modo que todo mundo pudes-se sentir confortável”.

Notícia de Ara.cat

Tradução de Gerard Sauret

Aquesta entrada s'ha publicat en Ara.Cat el 13 d'abril de 2014 per TaizaBrito

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