Da Catalunha para o Mundo

Blog da Taíza Brito e do Gerard Sauret

NOTÍCIAS LUSAS SOBRE A CATALUNHA UM DIA ANTES DA FINAL DE LISBOA

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Um dia antes da Final de futebol da Champions League, que ocorre hoje em Lisboa, enfrentando os dois principais times da capital da Espanha, apareceram duas notícias, em rotativos digitais portugueses, sobre o processo de independência da Catalunha. O motivo? A entidade OMNIUM, que trabalha em prol da língua e cultura catalãs, está prestes a realizar ação coordenada consistente em erguer castelos humanos em 7 capitais europeias, incluindo Lisboa, para chamar a atenção da opinião pública internacional sobre a intenção dos catalães de realizar referendo para decidir seu fututo político, mesmo com a posição contrária da Espanha.

As duas notícias recolheram declarações à Lusa de Muriel Casals, presidenta de OMNIUM sobre os detalhes da ação, prevista para 08 de junho, e sobre os motivos que levam a Catalunha a não querer permanecer na Espanha. A primeira notícia já a divulgamos no post anterior. Segue agora a segunda, que apareceu no site da tvi24

Catalães promovem em Lisboa referendo pela independência

Ação prevista para 8 de junho

Organizações da sociedade civil empenhadas na promoção sobre o referendo sobre a independência previsto para novembro na Catalunha vão erguer pirâmides humanas em várias cidades europeias, incluindo Lisboa, disse à Lusa a presidente da Associação Omnium.

«Estamos a lançar esta operação de simpatia para avisar os outros europeus que queremos decidir o nosso futuro, para olharem para nós», disse à Lusa Muriel Casals, da Omnium, uma associação cívica e cultural da Catalunha fundada em 1961, durante o regime do ditador espanhol Francisco Franco.

A organização vai erguer «torres humanas catalãs» no dia 8 de junho ao meio-dia em Lisboa, Londres, Berlim, Bruxelas, Genebra, Paris e Barcelona com cartazes «Catalans Want to Vote» (Os Catalães Querem Votar) numa ação de apoio à consulta popular pela independência da Catalunha, rejeitada pelo Governo de Madrid, e que estava marcada para 9 de novembro.

A ação em Portugal vai decorrer frente à Torre de Belém, em Lisboa, em simultâneo com as restantes cidades europeias que fazem parte do programa e o objetivo é que cada pirâmide seja composta por 150 pessoas.

«Vamos fazer a pirâmide humana aqui porque há amigos em Portugal e porque queremos fazer mais amigos. Procuramos cidades onde se possa suscitar interesse sobre o que está a acontecer na Catalunha e onde este interesse possa ser maior», acrescentou Muriel Casals, que representa igualmente um grupo de outras organizações da sociedade civil catalã.

«Queremos dizer à Europa, no dia 08 de junho, que os catalães querem votar (referendo) e precisamos de o dizer fora da Catalunha porque o Governo espanhol está muito fechado e é preciso agregar uma pressão cívica, cultural e democrática em cidades e países europeus e Lisboa é uma cidade amiga e aliada e com sentimento democrático para com os catalães», afirmou.

O governo da Catalunha (Generalitat) já anunciou a data para a realização da consulta popular, mas o assunto tem sido de grande controvérsia em Espanha porque o Governo do Partido Popular não aceita a realização do referendo, que considera ilegal.

«O direito a votar e a expressar uma vontade através das urnas é um direito básico, mas as instituições europeias evitam este direito básico. Esperámos pela democracia e pela modernidade, mas nada mudou. A Espanha agora é rica e democrática, está na União Europeia e tem uma cultura fantástica, reconhecida e admirada no mundo, mas não quer ser plural, quer ser homogénea e nós somos diferentes. Nem melhores, nem piores, somos diferentes e, para vivermos com as nossas diferenças de forma amistosa, queremos ser vizinhos, não queremos ser uma pedra no sapato», diz a ativista.


Para os independentistas catalães, a consulta popular é uma «questão básica de democracia» até porque, lembram, a Escócia vai escolher através do referendo se quer, ou não quer, a independência do Reino Unido.

Para Muriel Casals, atualmente, a Europa é um bloco «integrado» e a secessão de um Estado é muito menos dramática do que há 50 anos, porque não há fronteiras e a moeda é comum.

Lembrando que a consulta popular prevê também expressar a opinião, não apenas pela independência, mas também pelo federalismo, Casals mostrou-se convencida de que, nesta altura, a independência é um sentimento maioritário e que é mais provável a vitória da independência do que o federalismo. Até porque este, defende, pode vir a instaurar um processo, «que pode ser prolongado», com o Governo de Espanha.


«Se vencer o federalismo o processo será igualmente prolongado mas mais complicado, creio, porque requer uma transformação de toda a Espanha. Já levamos mais de 300 anos a tentar transformar Espanha», referiu.

Aquesta entrada s'ha publicat en tvi24 el 24 de maig de 2014 per TaizaBrito

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