8 de febrer de 2010
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Plurilinguismo de papel

Após longa espera, o Secretário Geral de Política Linguística tornava públicas nas férias do Natal as “Bases para a elaboração do decreto do plurilinguismo no ensino não universitário da Galiza”. Um projeto de decreto que  prevê que um terço das aulas sejam dadas em galego, um terço em castelhano e um terço em inglês. Mas, por enquanto, a própria Conselharia de Educação é consciente da inviabilidade de atingir este último objetivo (a maioria do professorado não tem qualquer competência em inglês) polo que marca um período transitório de oito anos “para que os centros educativos e o professorado se incorporem, de maneira progressiva, gradual e voluntária, ao ensino plurilingue”. 

A reação social foi imediata. Os partidos da oposição, os sindicatos maioritários, as associações culturais, A Mesa, a Real Academia Galega, o Conselho da Cultura Galega e mesmo câmaras municipais como a de Vilarinho de Conso, governada polo Partido Popular… todos, excepto o governo e os seus afins, manifestaram desconformidade com o primeiro retrocesso legislativo em matéria de normalização linguística. A Real Academia Galega, historicamente caracterizada pola sua pusilanimidade frente ao poder, manifestou que era “inaceitável, inconsistente, irresponsável e insustentável”, enquanto o institucional Conselho da Cultura Galega elaborava um ditame extremamente crítico.

Assim a Plataforma “Queremos Galego”, impulsionada pol’A Mesa e outras organizações sociais de diversos âmbitos, convocou  para o dia 21 de janeiro uma greve geral no ensino e uma manifestação. A greve registou uma adesão maioritária no ensino público e a Praça do Obradoiro encheu-se com dezenas de milhares de manifestantes. Era a quinta grande mobilização em defesa da língua desde que Feijóo foi nomeado presidente em março. Nela compareceram incluso destacados militantes do Partido Popular da Galiza como Rafael Cuiña, filho do que fora Secretário Geral do Partido Popular da Galiza.

Dias mais tarde, José Manuel Baltar, recém eleito presidente provincial do Partido Popular de Ourense, levantava a bandeira do galeguismo e fazia críticas veladas à política linguística governamental.

E, entretanto, Feijóo foi a Portugal e, como todos os presidentes que o precederam, prometeu que galegas e galegos aprenderemos português na escola…

Plurilinguismo? Outra vaca no milho!

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