23 de novembre de 2012
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Relatório do Conselho da Europa analisa situação da língua

O Comité de Peritos do Conselho da Europa elaborou um relatório sobre a aplicação no Reino de Espanha da Carta Europeia de Línguas Regionais ou Minoritárias. Surpreende que estes supostos peritos dividam a nossa língua em três, segundo um critério que obedece mais à geografia política do que à filologia ou à história: galego (que se falaria na comunidade autónoma da Galiza, nos territórios limítrofes do Berzo e da Seabra e… até na Estremadura!?),  galego-asturiano (que se falaria no ocidente da comunidade autónoma das Astúrias) e português (que se falaria nas comunidades autónomas de Castela-e-Leão e Estremadura (Olivença, Codoseira, Valença e Ferreira de Alcântara, Casalinho, Vale (sic) de Xalma, Bouça!? e Almedilha).

Ora, se galego e português são idiomas diferentes, nas localidades seabresas de Ermesende, S. Cibrão e Teixeira o que devem falar é português, mesmo que exista um contínuo territorial (e também linguístico) com a Galiza, porque estas povoações pertenceram a Portugal até 1640 e, ainda em 1903, Leite de Vasconcelos, após visitar Ermesende, concluía que a língua “é fundamentalmente portuguesa”. E em Calabor que falam? Porque aqui o único contínuo territorial é com Portugal. E na região de Xalma? Pois falam “galego” ou “português” dependendo do parágrafo do relatório consultado. Por outra parte, esquecem os peritos que na Bouça, infelizmente, já desapareceu o português espontâneo (aprendido como língua materna).

O documento recomenda “clarificar o status” e, onde for preciso, adotar medidas para promover e proteger as seguintes “línguas”: o galego em Castela-e-Leão e o português na cidade de Olivença. Por outro lado, denuncia que, desde 2010, com a implantação da televisão digital, deixou de ser recebida a TVG nas regiões fronteiriças das Astúrias e Leão com a Galiza, instando também as autoridades espanholas a levantarem o veto à receção das televisões e rádios portuguesas na Comunidade Autónoma Galega. Lembremos o apoio unânime do Parlamento Galego e o voto favorável da Assembleia da República Portuguesa a esta medida.

O relatório é especialmente duro nas críticas à política educativa do Governo galego. Neste sentido, dizem os peritos do Conselho da Europa que o chamado “decreto de plurilinguismo”, imposto contra o critério da comunidade educativa, reduziu ainda mais a presença do nosso idioma no ensino primário e secundário. Um decreto que o Tribunal Superior de Justiça da Galiza acaba de revogar nos seus pontos essenciais.  

O Comité de Peritos também valoriza negativamente a situação da nossa língua no âmbito da Justiça e encoraja as autoridades espanholas a tomarem medidas para que os direitos linguísticos dos seus falantes sejam respeitados.

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