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Blog da Taíza Brito e do Gerard Sauret

Junqueras: “O futuro não o decidirão uns senhores muito ricos, senão todos os cidadãos”

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Vilaweb

Publicado originalmente em catalão em 29/01/2014

 

O presidente de ERC diz à TV3 que ‘se não for permitido utilizar os marcos legais espanhóis, utilizaremos outros alternativos’

 

O presidente de ERC, Oriol Junqueras, foi entrevistado como liderança da oposição do Parlamento da Catalunha na televisão pública catalã TV3. Junqueras reconheceu que ‘é uma evidência que a situação atual deste país é insustentável’. E acrescentou que ‘a melhor maneira de resolver esta situação é dotar-se das melhores ferramentas possíveis’. E que ‘a melhor maneira de fazê-lo é colocar nas mãos da gente da Catalunha o futuro do país’. Perguntado sobre o famoso almoço de sábado entre políticos e empresários no restaurante la Fonteta, Junqueras comentou que ‘o futuro do país não pode ser decidido por um político,nem por um senhor que tem muito dinheiro, nem por um senhor que representa outro senhor que ainda tem mais dinheiro’. E acrescentou: ‘A decisão tem que ser tomada por todos e cada um dos cidadãos.Entre todos iremos decidir votando.’

Oposição

A entrevista iniciou discutindo a figura da liderança da oposição: ‘Faço oposição de tudo e faço-a muito bem feita. Semelhantemente a alguns dos países mais importantes da Europa, onde não há problema em que haja a máxima colaboração entre governo e oposição, nós também a achamos positiva.’

Junqueras mostrou-se convencido de sua função: ‘Fazemos oposição da forma mais responsável possível. Pensamos que é bom fazê-lo assim porque o país passa per um momento muito difícil.’

Também falou da predisposição de entrar no governo: ‘Sempre temos dito que quando houvesse acordo na data e na pergunta da consulta estaríamos predispostos a entrar no governo. Continuamos tendo esta predisposição para quando o presidente nos chame para falar ao respeito.

Orçamento

‘Faremos todo o possível para que as receitas adicionais previstas no orçamento estejam incluídas. Mas nos encontramos numa situação em que quem decide o total do orçamento da Generalitat(Governo da Catalunha) não somos nós, senão o governo espanhol, que também decide nosso teto de endividamento. Nesta circunstância terrível, a nossa reponsabilidade é fazer o melhor orçamento possível. Mas é um orçamento terrível, como a circunstância atual. Mas são as contas mais sociais da história, em termos percentuais.’

Eleições europeias

‘O objetivo de ERC é priorizar o âmbito nacional dos Países Catalães e o caráter de candidatura cívica e, por tanto, a incorporação de independentes na lista. E priorizamos a transversalidade da lista para representar o amplo espaço da socialdemocracia catalã e o centro-esquerda. Nós não podemos obrigar a fazer uma lista conjunta com quem não quer fazer. Tem muita gente que tem se desmarcado. Defenderei uma posição clara com estas prioridades ao conselho nacional deste sábado. Será preciso ver se somos capazes de incorporar estes independentes, mas por enquanto, já temos um chefe de lista, que é Josep Maria Terricabras, com um perfil concreto.’

Plano para fazer a consulta

‘O nosso plano para poder fazer a consulta é a confiança na democracia; em poder fazer a consulta em 9 de novembro. Tem que se reconhecer que Rajoy fala com uma claridade pedagógica total. Nós defenderemos os marcos legais atuais para fazê-lo. Senão nos for permitido utilizar estes marcos legais, utilizaremos outros alternativos’. Por exemplo, olharemos o que diz a jurisprudência internacional, que diz que a democracia é quem define os marcos legais e não ao contrário. A legalidade internacional diz que é o exercício da democracia quem marca a legalidade.’

‘A nossa folha de rota é que a consulta é a melhor opção que temos. Não falarei de alternativas porque não quero enfraquecer a possibilidade de uma consulta. Queremos fazer exatamente o mesmo que têm feito mais da metade dos estados atuais europeus, que têm decidido seu futuro democraticamente. Sobre isso das eleições, veja como as pesquisas dão a vitória a ERC, mas nós não queremos eleições antecipadas.’

PSC e a confiança no presidente

‘A direção do PSC faz todo o possível para afastar-se do exercício democrático. Não pedimos que sejam independentistas, mas sim que não se oponham à possibilidade de votar. E não é certo que a maioria dos socialistas tenham se oposto: alguns dirigentes sim que o fazem.’

‘Eu confio no presidente, quero confiar nele. E não sairei dessa postura. Também o faço com o partido de Iniciativa por Catalunha-Verdes (ICV), a Candidatura de Unidade Popular (CUP) e qualquer um que seja preciso. Necessitamos o compromisso de quanta mais gente, melhor, no exercício da democracia.’

Cumplicidade internacional

‘A falta de cumplicidade internacional será a tônica dominante no processo soberanistaat é que os catalães tenham decidido. Até que tenhamos votado e vencido, o que é evidente é que é um assunto interno do estado espanhol. O que é que somos senão uma comunidade autônoma? A situação irá fazer um giro de 180 grados no dia 9 de novembro. Lá, até o governo espanhol abrir-se-á a negociar, mesmo que agora faça servir o insulto e o discurso do medo. A melhor maneira de combater estes ataques é a democracia.’

Notícia de Vilaweb

Tradução: Gerard Sauret

Aquesta entrada s'ha publicat en VilaWeb el 13 d'abril de 2014 per TaizaBrito

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