Considerando a conjuntura atual na Espanha, em que a nomeação do novo chefe de estado, Felipe VI, coincide com o aumento das pressões da mídia internacional (Financial Times, Reuters, etc.) para que o governo adote uma solução institucional negociada diante da questão catalã, traduzimos o texto abaixo de Carles Boix, cientista político e catedrático na Princeton University, e de J.C. Major, membro do Coletivo EMMA, grupo de opinião independente na Catalunha.
COL.LECTIU EMMA & WILSON INITIATIVE
Publicado originalmente em inglês em 09/06/14
THE HURDLES OF A THIRD WAY FOR CATALONIA
Carles Boix e J.C. Major
No seu editorial de 5 de maio, o Financial Times pediu mais uma vez às autoridades espanholas para trabalhar em um acordo destinado a resolver a questão catalã. O mesmo pleito tem sido feito mais ou menos explicitamente por outros atores internacionais. Da mesma forma, em Madri, bem como em Barcelona, ??alguns pequenos, porém influentes, grupos percebem que o arranjo territorial hoje em vigor na Espanha é impraticável e estão chamando, cada um a sua maneira, por uma solução negociada. Só esta semana, alguns viram no anúncio da abdicação do rei espanhol uma oportunidade para superar o atual impasse.
Esta pode ser uma tarefa difícil, dada a distância entre o que Madri pode considerar uma oferta razoável e o que até mesmo os mais ávidos catalães defensores de uma “terceira via” estariam dispostos a aceitar a fim de evitar as incertezas de um processo de independência.
Neste ponto, oferecer a revisão da configuração administrativa atual ou a redução do déficit fiscal da Catalunha, não será suficiente. A solução para a questão catalã vai muito além da devolução de poderes adicionais ou a renegociação de um acordo financeiro injusto e ineficiente.
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