EMPRESARIADO CATALÃO LANÇA MANIFESTO EM FAVOR DA CONSULTA
Deixa un comentaribaseado na matéria do jornal catalão El Punt/Avui, publicada em 08/05/14.
O Pacto Nacional pelo Direito a Decidir, que defende a realização do referendo sobre a independência da Catalunha, previsto para 9 de novembro, ganhou importante apoio na semana passada. É que representantes de 28 empresas catalãs assinaram o “Manifesto do Farol”, através do qual declararam “apoio incondicional” ao processo empreendido pelo Parlamento catalão, “avalizado por uma ampla maioria de seus deputados” e o desejo de que os catalães possam “expressar sua vontade sobre o futuro do país”.
O manifesto foi assinado no último dia 8 de maio, no farol de Sant Sebastià, em Palafrugell, Girona. O documento expressa o compromisso de “respeitar e apoiar a decisão que adote o povo catalão, seja qual for. E teve o apoio de representantes das 13 câmaras de comércio da Catalunha, bem como por diversas entidades patronais, entre elas Amec, Cecot, FEPIME, FemCAT PIMEC, e outras setoriais ou territoriais de Anoia, Lleida, Maresme, Osona e Sant Cugat.
A importante Foment del Treball não quis participar do processo, se bem que algumas das empresas associadas a essa patronal estiveram presentes a título individual.
“Espanha nos coloca o dedo no olho”
O presidente do Pacto Nacional pelo Direito a Decidir, Joan Rigol, que participou do evento, agradeceu aos empresários pelo gesto. “Os empresários são uma parte essencial da sociedade catalã”, disse.
Segundo Rigol, os catalães se sentem “feridos e marginalizados” por diversas ações do Estado. “Quando nos colocam o dedo no olho com a Lei Wert ou a lei da unidade de mercado não percebem que ferem profundamente atitudes positivas de nossa sociedade, e isso tem que ser corrigido”, disse Rigol que acredita que estejam sendo dados passos firmes para tornar a consulta uma realidade.
Os argumentos dos empresários
Durante o evento, vários representantes dos empresários tomaram a palavra. Alguns disseram que a Espanha “maltrata a Catalunha” e que “fechou as portas ao diálogo”.
O presidente da Cecot, Antoni Abad, argumentou que o processo soberanista é baseado em princípios democráticos e que, portanto, os empresários não têm o que temer. “Aos empresários a democracia não causa preocupação, mas a intolerância e a ignorância sim. E notamos com preocupação que a Espanha não dialoga desde a transição e que isso implica em tensão, o que prejudica a recuperação econômica”, disse.
O presidente da Foeg, Jaume Plana, também reclamou da falta de diálogo por parte do governo espanhol. “Houve várias tentativas de obter uma resposta e não houve diálogo. Esta porta trancada comporta uma imensa desafeição cidadã e empresarial”, reforçou, ao dizer que a petição para votar no dia 9 de novembro” não é uma questão de alguns iluminados ou um tema passageiro, como pensam em Madri”.
O presidente da Câmara de Comércio de Girona e vice-Presidente do Conselho de Câmaras de Catalunha, Domènec Espadalé, observou que “a máxima dos empresários” é que a sociedade possa decidir “livre e democraticamente” o seu futuro.